Os acadêmicos da 3ª fase do curso de Arquitetura e Urbanismo da Unisul desenvolveram sistemas de captação, reaproveitamento e de aquecimento solar de água. Os projetos colaboram com a economia familiar e contribuem para o consumo mais consciente tanto de energia como de água. A atividade fez parte da Unidade de Aprendizagem Instalações Hidrossanitárias e Prevenção Contra Incêndio e tem foco, principalmente, na sustentabilidade.
A professora orientadora, Daniela Zarbato Millanez, foi quem incentivou os estudantes a montarem em maquetes sistemas que utilizassem materiais recicláveis e que colaborassem com a preservação do meio ambiente. Assim, foram criados em escala reduzida projetos que tem viabilidade de serem aplicados na prática.
Luiz Augusto Martini Ramos participou da elaboração do sistema de reutilização de água e explica os aprendizados que adquiriu com a atividade. “A aplicação do projeto em uma escala maior talvez não se dê com tantos materiais reutilizados ou reciclados, mas só a utilização do sistema em si do reaproveitamento de água da chuva já gera um ganho financeiro (economia no uso de água da concessionária) e principalmente ambiental, bem impactante. Isso demonstra a importância do estudo sobre esses sistemas, muito bem inserido dentro da disciplina em questão”, descreve o estudante.
Outra iniciativa foi a da construção de um aquecedor de água solar. O projeto utiliza canos pintados de preto e garrafas pets como material principal. Assim, o sistema possibilita que as pessoas encontrem em ideias mais baratas a oportunidade de gerar economia e colaborar com a utilização responsável de energia.
Incentivo
No Brasil, o consumo consciente tem sido benéfico não só ao meio ambiente, mas também para quem o pratica. Por meio de descontos no IPTU e demais incentivos, a sustentabilidade tem sido reconhecida e incentivada por diversas cidades como Tubarão.
O município contará com a cobrança do IPTU verde a partir de 2020. O projeto dará descontos a imóveis que utilizam recursos de maneira mais sustentável, através de sistemas como os desenvolvidos pelos acadêmicos. Há abatimentos específicos e que podem ser acumulativos, totalizando até menos 20% do valor do imposto.
Fonte: Engeplus
De toda a água tratada no Brasil, quase metade é desperdiçada por causa de falhas na estrutura de abastecimento.
Não é difícil encontrar água escorrendo pelas ruas, rastro de um desperdício ainda comum. O comerciante Adão Macedo disse que era um dia atípico.
“É interessante esse negócio de trabalhar no balde, tem dia que dá, tem dia que não dá. Mas é uma forma”, disse.
Para virar um hábito, tem que praticar. Os moradores da cidade do Adão, Planaltina, no Distrito Federal, flagraram um vazamento na rede de abastecimento.
"Água que não acaba mais!", disse uma moradora.
A feirante Ananda Mayra Alves, que gravou o vídeo, ficou indignada com a quantidade de água perdida.
“Estava um rio, literalmente. Pior do que quando chove. Por que não mostrar isso? Por que não se preocupar agora?”, perguntou.
Um estudo analisou a quantidade de água pronta para consumo que nós, brasileiros, desperdiçamos no dia a dia. E esse estudo mostra que o que a gente está jogando fora é muita água e custa muito caro. De cada cem litros de água captada, tratada e pronta para ser distribuída, 38 litros a gente deixa escorrendo pelo ralo.
É tanta água que daria para encher mais de sete mil piscinas olímpicas por dia, o bastante para abastecer três em cada dez brasileiros - 60 milhões de pessoas. E o custo dessa água que é jogada fora? Mais de R$ 11 bilhões em um ano. Mais do que foi investido em água e esgoto no Brasil.
O estudo do Instituto Trata Brasil, que monitora o saneamento básico em todo o país, mostra três tipos de desperdício: vazamentos em tubulações antigas que precisam ser trocadas; erros de leitura de parte dos hidrômetros, que também precisam de substituição; e os chamados gatos, furtos de água que prejudicam toda a rede e vão para a conta de quem paga corretamente.
Vários gatos foram encontrados em Manaus. Apesar da água em abundância, a Região Norte tem a rede de abastecimento mais precária do país e o mais alto índice de desperdício. Mais da metade da água captada e tratada não chega para as pessoas.
“O Brasil está na contramão do que se está fazendo no mundo. A gente precisa aprender a lidar com a água. A gente cresceu numa cultura de abundância e a gente acha que água nasce atrás da parede”, disse Édison Carlos, presidente do Instituto Trata Brasil.
Na casa da Maria de Fátima Silva, a água nasce, mas no telhado.
“Aqui não tem segredo não: quando a chuva vem, cai aqui, vem tudo para a calha dessa encanação, aí vem, cai tudo aqui”, contou a dona de casa.
A instalação inteira custou R$ 400. A caixa é de mil litros. Dá para lavar a área externa da casa por um mês.
“Gasta menos e a água é toda aproveitada. Não tem jeito de perder e dizer assim ‘essa aqui vai para o ralo’, não”, afirmou Maria de Fátima.
Fonte: G1
Quem acompanha a atividade portuária nacional nota, nos últimos anos, o clamor da sociedade e do mundo empresarial em prol da gestão descentralizada dos portos. Este modelo prevalece em todos os portos relevantes do mundo. No governo do presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) essa aspiração quase se concretizou. Quase vinte anos depois a descentralização volta ao debate, no bojo de uma sociedade conectada por meio da Internet. Assim, dele também participarão forças de convergências importantes, comprometidas com a justiça social sobre a qual se funda a democracia. Afinal, porto é fator importante do desenvolvimento econômico.
Ao abordar o modelo de gestão para os portos brasileiros, o foco inexorável é a Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp), Autoridade Portuária do Porto de Santos, por sua dimensão e complexidade. O único dos portos brasileiros a figurar no Top 50 da movimentação de contêineres no mundo.
Falar de abertura do capital da Codesp só ensombreia o entendimento do que se trata. Desde 1980, a Companhia já é empresa de capital aberto. Portanto, as variáveis dessa questão de descentralizar a tomada de decisão, envolvendo um bem público, são: concessão ou delegação da gestão e controle do capital da empresa. Noves fora, a concessão retornaria ao monopólio (do capital ou golden share) da Companhia Docas de Santos (CDS), sem as operações portuárias e os arrendamentos de áreas, hoje compartilhados.
Eis a questão: concessão ou delegação? Decisão que envolve aspectos culturais, como o do poder centralizado herdado da monarquia. Isto pode falsear o conceito de negócio portuário fundado na competitividade, quando as decisões tomadas em Brasília são a última palavra e, não raro, norteadas por interesses patrimonialistas. Daí a importância do modelo de gestão da nova Autoridade Portuária levar em conta as múltiplas funções do Porto de Santos. A meta deve ser a máxima produtividade dos capitais investidos e da comunidade portuária.
A decisão pelo modelo de administração deve assegurar estabilidade econômica e política. Com a globalização cada vez mais intensa da economia mundial, a competitividade internacional do Brasil está associada à produtividade dos seus portos. O modelo atual de gestão dos portos brasileiros, por tantas razões, esgarçou-se. Por isso, essa reforma deve servir para impulsionar a economia e beneficiar toda a sociedade pela transformação das instituições, em especial a razão dos portos existirem: quem movimenta a carga.
Fonte: Portogente
Nas últimas décadas várias deficiências históricas do País foram superadas. Depois da abertura do mercado de telecomunicações e de energia para a iniciativa privada, o que praticamente universalizou o acesso ao telefone e à luz, pode-se viver um novo paradigma no saneamento básico com um projeto de lei recém aprovado no Senado.
O setor é regido atualmente por uma lei de 2007, que estabelecia metas e já permitia a participação privada. Mas não apresentava mecanismos que forçassem ou dessem condições de fato para que todos os municípios fornecessem água e esgoto encanado, além de tratamento adequado ao lixo. O ex-presidente Michel Temer editou uma medida provisória que abria o setor para enfrentar esses obstáculos, mas que caducou no início de junho, com outras MPs, em função da desarticulação do governo, incapaz de impor pautas prioritárias no Congresso.
Ao contrário do que acontece em outros casos, a proposta foi retomada em seguida pelo senador Tasso Jereissati (PSDB-CE) e transformou-se em projeto de lei aprovado no Senado três dias depois da MP perder sua validade. Segue agora para a Câmara Federal, onde seu presidente, Rodrigo Maia, já afirmou que é necessária uma resposta do mundo político ao tema. Sua aprovação é essencial, especialmente porque a situação fiscal do País impede a utilização de recursos públicos no ritmo e no montante necessários.
Mais investimentos
O novo projeto tem como objetivo ampliar a competição no setor e atrair investimentos. Prevê que empresas públicas e privadas poderão disputar, por meio de licitação, contratos de concessão. Para evitar que os municípios com menor capacidade de atrair recursos sejam penalizados, estes serão agrupados com outros mais rentáveis.
Apesar de representar uma evolução, Percy Soares Neto, diretor executivo da Abcon, que representa as concessionárias privadas, critica mudanças introduzidas no Senado. Foram relaxadas as regras que forçam a competição entre os operadores privados e públicos. Contratos em vigor com as estatais poderão se estender por décadas com a possibilidade de renovação.“É um retrocesso. Mantém-se a reserva de mercado das companhias públicas”, diz Soares Neto, que conta com a reversão desse item na Câmara. As resistências à ampla abertura do mercado partem, sobretudo, dos que privilegiam a estatização dos serviços públicos, ainda que precária e insuficiente, e dos interesses políticos ligados às empresas estaduais de saneamento.
Um exemplo do drama da falta de saneamento está na comunidade Anchieta, no Grajaú, na zona sul de São Paulo. Ali os moradores tentam obter saneamento básico há seis anos, desde que se instalaram. O lugar está na área de atuação da concessionária pública estadual Sabesp. O governo paulista deseja privatizar ou capitalizar a empresa, processo que depende da aprovação da nova lei.
De acordo com Moacir dos Santos Medeiros, pedreiro, presidente da associação dos moradores da região, desde o início da ocupação o pessoal tenta negociar com o poder público a regularização da situação. “Quando chegamos, esse terreno estava abandonado, servia como boca de fumo e para desova de corpos. Hoje, são só famílias que moram aqui.”
Ao caminhar pela favela, as necessidades saltam aos olhos. Junto ao cano fino cheio de emendas que leva água obtida de forma irregular, o esgoto de cozinhas e banheiros corre a céu aberto. Os moradores reclamam das constantes doenças provocadas pelo consumo e pelo contato com água contaminada. “Meus quatro filhos já tiverem infecção e diarreia. Fervemos a água todos os dias antes de beber”, diz Milena Nogueira. Um dos residentes mais antigos, o armador José Antonio Pereira, diz: “Nós queremos pagar pela água tratada, pelo saneamento básico. Queremos algo digno.”
Fonte: IstoÉ
"Members of EPA's Science Advisory Board grappled with whether and how to weigh in on the Trump administration's rollback of clean water standards given the administration's insistence that the proposal is a question of policy, not science.
"They have the right to change the policy, but the science isn't right," member Robert Merritt said.
The "Waters of the U.S." proposal from EPA and the Army Corps of Engineers would erase Clean Water Act protections for wetlands without surface water connections to larger waterways and streams that only flow following rainfall. At least some federal protections for those waters have been in place since the Reagan administration.
The Science Advisory Board last addressed questions of Clean Water Act jurisdiction in 2014, reviewing and supporting a 300-page "connectivity report" describing how wetlands and small waterways can affect larger resources. The Obama administration used that report, and the board's review, as the basis for its Clean Water Rule, but the Trump administration has insisted that its rollback does not need to be based in science.
"I'll note that the proposed revised definition is a legal and policy decision that is informed by the statute, legislative history, Supreme Court interpretations and the EPA and Department of Army's respect for the traditional power of the states to regulate their inland water resources," EPA Director of Wetlands, Oceans and Watersheds John Goodin told the board today. "The line between federal and state waters is informed by, though not dictated by, science."
That left EPA's science advisers questioning how to handle the situation, particularly because the group still stands by its 2014 scientific review.
"That's what makes this tricky, because while the science hasn't changed, it doesn't seem to be entirely relevant to the way EPA is reviewing this," Deborah Hall Bennett, an SAB member and a professor in environmental health at the University of California, Davis, said of the WOTUS proposal.
A working group tasked with reviewing WOTUS acknowledged EPA's position but still determined: "In reviewing the proposed rule we find that there are some gaps between science and policy that warrant review and bridging."
Those gaps include the significant water quality and filtering benefits that wetlands and streams that flow only after rainfall can have on larger downstream waterways.
However, members of the larger board seemed unsure of what they could do, given EPA's position.
"If we consider the four questions the work group raised, then what would be the impact?" asked SAB member Sue Marty of DowDuPont Inc. "Wouldn't the policy proposal move forward because it is a policy decision?"
University of Washington environmental scientist Alison Cullen, who chaired the work group, said she wasn't sure whether the advisory board could influence an EPA policy decision but noted that the "gaps" in the WOTUS proposal are things the agencies had asked for public comment on.
"Certainly the Science Advisory Board should at least have a footing with the public comments being considered, if not hopefully a little more cachet," she said. But, she added, "I don't think we pick and choose the issues we weigh in on based on if they are going to use our science. We provide the science; we don't say, 'This is how you should use it.'"
Given that the science hadn't changed, however, SAB member Anne Smith said she wasn't sure what the board could say if it did weigh in.
"I'm perplexed by the situation we put ourselves in, because the board did a review in [2014], and I haven't heard anybody say that anything has changed," she said, suggesting that the board resubmit its approval of the connectivity report. "The difference between then and now is not about scientific information; it's about policy."
Ultimately, the board voted to write a "commentary" to EPA explaining the science at issue in the WOTUS rule, a solution proposed by the board's chair, Michael Honeycutt, of the Texas Commission on Environmental Quality.
"What I'm hearing is that the Clean Water Act says something that the science has surpassed, and we are trying to fit a square peg into a round hole," he said. "I see the position EPA is in. It's sort of like a cycle, and you're trying to draw a line of where the cycle begins, and it's very difficult to do. Your policy is drawing that line, and it's an unenviable position to be in."
Steven Hamburg, of the Environmental Defense Fund, agreed to the commentary but cautioned against "just putting a new cover letter" on old comments.
While the science hasn't changed, he said, "the context has changed."
"We need to address the new set of options that are on the table," he said.
Board members spent some time discussing the working group's recommendations for WOTUS. Those include that EPA and the Army Corps should consider the "scientific basis" for excluding ephemeral waters that flow only after rainfall and wetlands without a direct surface water connection to larger waters. The group also recommends considering "the scientific importance of groundwater protection and groundwater," noting that the WOTUS proposal would protect spring-fed creeks but not isolated waters or wetlands with shallow subsurface groundwater to larger waterways that have previously been protected.
Consultant Richard Williams asked whether those recommendations were based on how waterways are connected or "what the risk was, basically, of including or excluding it."
Hamburg explained that the analysis stuck to how wetlands and streams are connected to larger water bodies, largely because of how the Clean Water Act is framed. But he stressed the importance of not focusing on the impact one ephemeral stream or wetland might have on a larger water body.
"One might be very small, but the collective influence is very large and tends to drive the chemistry as well as the hydrology of these systems," he said."
Fonte: E&E News