BRASÍLIA - O Estado do Rio de Janeiro produz, todos os dias, 859,8 toneladas de esgoto, o equivalente a 9,4% do que é gerado em todo o Brasil. O estado, no entanto, não é capaz de tratar 68% desse volume antes de descartar na natureza. Com isso, de todo o material orgânico gerado pela população urbana fluminense, 587,5 toneladas são despejadas sem qualquer tratamento ou com tratamento ineficiente, principalmente, em rios e no oceano.
Os dados estão no estudo “Atlas do esgoto no Brasil”, produzido pela Agência Nacional de Águas (ANA), divulgado ontem. Em todo o Rio, 73% da população urbana têm seu esgoto coletado, seja por soluções individuais (fossa séptica) ou redes coletivas, segundo o levantamento. Apesar de mais da metade do esgoto ser coletado nas cidades, apenas 42% desse material são tratados.
O esgoto jogado na natureza é tanto que os rios não dão conta de absorver o material. O resultado é o aumento da poluição e a impossibilidade de usar a água para o abastecimento humano, alerta o estudo. O litoral do Rio de Janeiro é a área do Brasil que tem, proporcionalmente, o maior percentual de extensão de trechos de rios com a qualidade da água comprometida pelo esgoto, segundo o levantamento.
No estado, 30,7% da extensão dos corpos d’água estão contaminados e não podem ser usados para abastecimento das pessoas. Nessa área, encontram-se 19 das 21 cidades que compõem a Região Metropolitana da capital do estado, abrangendo quase 12 milhões de pessoas. A parcela orgânica que sobra dos esgotos nessa região, que é jogada diretamente na natureza, é de quase 70% da carga gerada pela sua população.
O coordenador do estudo, Sérgio Ayrimoraes, observa que, com uma população concentrada próximo ao litoral e com rios de pequena vazão, a única alternativa do estado é jogar o esgoto no mar. O problema, mostra o estudo, é que o estado faz isso sem tratamento ou com tratamento inadequado na maior parte do esgoto despejado.
Segundo o levantamento, o estado Rio, principalmente as cidades do interior, tem indicadores baixos de tratamento. E, além dos investimentos em obras, é necessário estabelecer marcos institucionais. Falta definir, por exemplo, quem é o prestador do serviço.
Ayrimoraes explica que, historicamente, a Cedae concentra sua atuação na Região Metropolitana e é muito focada no abastecimento de água:
— O sistema de tratamento de esgoto foi relegado a segundo plano. Fica claro na situação do Rio que é preciso uma solução institucional, além dos investimentos.
Segundo o técnico da ANA, as grandes companhias de saneamento fornecem água, mas não se preocupam em assumir o tratamento dos resíduos:
— Hoje, há um passivo de esgoto que precisa urgentemente ser equacionado. Não dá para ficarmos numa situação em que não há responsável pelo sistema de esgotamento sanitário no país.
Fonte: O Globo
Sabe-se da precariedade do setor de saneamento básico, inaceitável num país que tem um dos dez maiores PIBs do mundo. Levantamento divulgado pela Agência Nacional de Águas (ANA) confirma esta vergonha nacional, e com dados inéditos que cobrem todos os 5.570 municípios brasileiros.
A situação é de fato trágica, considerando-se os efeitos colaterais deletérios, decorrentes da falta de uma cobertura minimamente aceitável em grande parte do país, sobre a saúde das pessoas — um fator grave de pressão no orçamento do SUS e no meio ambiente.
O esgoto de 45% da população — ou 93,6 milhões de pessoas — não é tratado. Quando se veem as estatísticas mais de perto, a tragédia fica ainda mais evidente. Por exemplo, a grande maioria das cidades brasileiras — 4.801 de 5.570 — tem índices de remoção da carga orgânica dos esgotos inferiores aos 60% exigidos pelo governo federal. Somadas, elas abrigam 129,5 milhões de habitantes, um enorme contingente de pessoas.
Há vários indicadores alarmantes. Outro deles: 70% dos municípios tratam esgoto com no máximo 30% de eficiência. Por tudo isso, 57% da população brasileira residem em municípios nos quais os rios não têm vazão capaz de diluir a carga orgânica que recebem. Se já não morreram, morrerão.
Um grande e conhecido destaque negativo neste e em outros levantamentos é o Rio de Janeiro, o segundo estado da Federação, mas com índices de saneamento abaixo da crítica. Sendo responsável por 9,4% do total do esgoto gerado no país, o estado não consegue tratar 68% dele. A parcela de 73% dos fluminenses é atendida por algum tipo de coleta, incluindo soluções individuais como fossa séptica. Mas, nas cidades, por exemplo, mais da metade do esgoto é coletado, porém apenas 42% dele são tratados.
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Fonte: O Globo
Diariamente, 5,5 mil toneladas de esgoto não tratado chegam principalmente aos rios, mas também vão parar em reservatórios de água, mananciais e lagos do país.
Os dados estão em estudo inédito sobre o saneamento básico no país produzido pela Agência Nacional de Águas (ANA), autarquia federal responsável pela gestão dos recursos hídricos brasileiros, divulgado ontem. A agência reguladora pesquisou a situação dos serviços de esgotamento sanitário em todos os 5.570 municípios brasileiros.
O levantamento aponta que 43% da população brasileira urbana são atendidos por sistema coletivo (rede coletora e estação de tratamento de esgotos); 12%, por solução individual (fossa séptica); 18% se enquadram na situação em que os esgotos são coletados, mas não são tratados; e 27% são desprovidos de atendimento, ou seja, não há coleta nem tratamento de esgoto. Somando a parcela dos cidadãos que não têm esgoto tratado e os que não têm coleta, são 45% da população, ou 93,6 milhões.
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Fonte: O Globo
NITERÓI - A cirurgia feita para eliminar gordura do corpo humano agora batiza uma ação da Secretaria municipal de Meio Ambiente e Recursos Hídricos que quer acabar com o despejo irregular de gordura na rede de esgoto por bares, lanchonetes e restaurantes de Niterói. A Operação Lipoaspiração, em seis meses, já notificou 101 estabelecimentos e autuou 98 no perímetro que compreende a Avenida Amaral Peixoto e Rua Quinze de Novembro, da Avenida Visconde do Rio Branco à Rua Visconde de Sepetiba.
A operação tem o objetivo de informar os comerciantes que jogar gordura vegetal na rede é um dos grandes vilões dos problemas que ocorrem no sistema, causa de obstrução da tubulação e dos desagradáveis transbordamentos e mau cheiro. Até agora, técnicos da secretaria constataram que 45% dos estabelecimentos apresentavam algum problema em relação ao seu dispositivo retentor de gordura, sendo que 16% sequer contavam com o equipamento.
Proprietário do Bar do Meio, na Travessa Alberto Vítor, Cadu Benício teve seu restaurante inspecionado pela pela equipe da secretaria e elogiou o caráter educativo da operação. A caixa de gordura do bar estava fora dos padrões, e ele precisou investir cerca de R$ 2,5 mil para adequá-la.
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Fonte: O Globo
CNI defende simplificação do acesso, que demora 27 meses em média, e propõe mudanças para aumentar investimentos no setor. Hoje, apenas metade dos brasileiros tem acesso à coleta de esgoto.
Um estudo da Confederação Nacional da Indústria (CNI) divulgado nesta terça-feira (19) lista uma série de propostas para tentar reduzir o prazo para a liberação de recursos do FGTS destinados a programas de saneamento no país. Segundo a confederação, atualmente o setor público espera, em média, 27 meses pela verba, período que devia ser reduzido para pelo menos 18 meses para se igualar ao setor privado. A demora é apontada como um dos entraves para um investimento adequado no país.
Segundo os dados mais recentes do Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS), divulgados em janeiro deste ano e referentes a 2015, apenas 50,3% dos brasileiros têm acesso à coleta de esgoto, o que significa que mais de 100 milhões de pessoas utilizam medidas alternativas para lidar com os dejetos – seja através de uma fossa, seja jogando o esgoto diretamente em rios.
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Fonte: G1